28 de jul. de 2011

O paradoxo da boa saúde- Segunda parte



Belo Horizonte


Sempre lhe telefono para saber das novidades do seu cotidiano e para colher mais informações sobre sua qualidade de vida a fim de acrescentar aos meus estudos.
Quando ela atende ao meu telefonema, a voz sempre jovem, alegre, de excelente humor, me agradece, sorri conta estórias e fatos diversos, da notícia dos familiares e amigos com o mesmo entusiasmo de sempre. É notória a sua recuperação à perda do filho, pois consegue preencher todo o tempo com trabalho, afazeres, ações voluntárias de ajuda a vizinhos e parentes.
Esta senhora me confessou que aos setenta e oito anos de idade tem a libido em alta, sente necessidade de ter um companheiro e ainda sai para dançar regularmente.
Sua alimentação: A comida mineira que todos sabemos é gorda. Carne, verduras e legumes, torresmo, leite, pão e nada integral. Açúcar branco, refrigerantes e doces.
Vivendo em plena capital há quase trinta anos, ela utiliza o transporte coletivo para ir ao centro. O trafego é cansativo, a poluição é grande, mas ela não se queixa nunca. Traz todos os exames periódicos em dia. Sua mamografia mais recente foi negativa, seus exames de sangue de glicose, colesterol, triglicérides todos normais.

A conclusão para esta observação sobre minha amiga é que sua genética é excelente, mas a razão pela qual ela, minha avó, minha tia foram além da expectativa de vida da sua época está na alimentação pura, natural que lhes fora dada desde a gestação de sua mãe, no estilo de vida natural, na forma de viver simples, mas plena, sem exageros, sem artifícios, sem refinarias, sem hipocrisias de toda pessoa interiorana, que nasceu e cresceu no campo, junto a natureza, bebendo água pura da fonte e comendo a comida da forma que a natureza cria e nos oferece.
Simplicidade tal como a natureza se apresenta a nós, simples e pura. Creio que aí está o segredo de uma vida longa com qualidade, sem tanta invenção da medicina para vender remédios ou nos criar doenças que seus remédios possam curar e a indústria farmacêutica enriquecer mais e mais.
Minha amiga usa óculos de grau e a única queixa de saúde é um pequeno desgaste ósseo no joelho direito que não a impede de fazer tudo o que precisa e gosta incluindo dançar forró.
Conheci uma senhora que tem hoje completos 78 anos de idade. Esta senhora é tão jovem que sua voz é de uma moça de vinte e poucos anos. Ela possui tanto vigor que causa inveja. Levanta-se antes das seis da manhã, já começa o dia colocando sua casa em ordem. Onde ela mora em BH é um bairro de muita ladeira, subidas e descidas enormes que são escaladas toda vez que se tem que ir as compras no mercado, no açougue, na padaria ou na farmácia. Farmácia é na verdade o local onde ela menos freqüenta aos seus 78 oitos anos, contrariando a maioria da sua idade. Natural de uma pequena cidadezinha do norte de Minas com apenas seis mil habitantes e que faz divisa com Diamantina, viveu lá grande parte da sua vida tendo gerado e criado dez filhos saudáveis, quase todos vivos porque dois já faleceram ficando ela também viúva antes da morte dos filhos. Pude presenciar seu sofrimento na luta contra o alcoolismo do seu filho mais velho, seus problemas sérios de saúde e a sua morte no começo deste ano de 2011. Pensamos que ela não resistiria, mas está firme, sem nenhum problema grave de saúde. Não precisa de medicação para dormir, não sofre de hipertensão, nem diabetes, nem colesterol alto ou outra doença qualquer que se possa atribuir aos idosos.


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